Just in Time (JIT)
O Just in Time (JIT) surgiu no Japão, nos meados da década de 70, sendo sua idéia básica e seu desenvolvimento creditados à Toyota Motor Company.
História
Após a Segunda Guerra Mundial(1939-1945), o Japão precisou reconstruir sua indústria, o que o levou a realizar uma corrida para a recuperação, evoluindo mais rapidamente do que os demais países.
Modelo Toyota de Gestão foi estabelecido em bases economicamente eficientes, na produção de uma linha diversificada de produtos em baixa escala, baseado na flexibilidade. Deste modo, o modelo passou por quatro fases, descritas a seguir:
Fase1: (1947-1950).
Na primeira fase, houve uma modificação da espacialidade (células) das fábricas e no modo de exploração da força de trabalho, pois um mesmo trabalhador passou a ser responsável por várias máquinas ao mesmo tempo, surgindo assim, a polivalência do trabalhador.
Fase 2: O choque dos anos 1949 e 1950
Nesta segunda fase, a Toyota passava por uma crise. Desse modo, a empresa tinha de encontrar meios de aumentar sua oferta de produtos sem poder recorrer a admissão de novos empregados. A empresa havia acabado de demitir mais de 1.600 empregados depois de uma greve que durou dois meses. A única via era a racionalização do trabalho, apoiada no maior rendimento possível do trabalho vivo, centrado na ampliação de tarefas.
Fase 3: (Os anos 50)
A terceira fase, compreendida entre os anos 50 e o início dos anos 60, pode ser considerada a mais importante, pois ficou marcada pela introdução do sistema kanban na indústria automobilística.
Fase 4
Na quarta fase, de 1962 em diante, houve uma extensão do método Kanban aos subcontratantes e fornecedores. Neste período, o modelo sofreu vários aperfeiçoamentos no interior da Toyota.
Outro conceito nascido nesta fase foi O “Just in time”, que é um método racional que visa eliminar todo e qualquer desperdício. Podendo assim, assumir produções de pequenos lotes com custo competitivo.
Just in Time (JIT)
No momento certo
Surgiu no Japão, em meados da década de 70, e sua idéia básica é um sistema que pudesse coordenar, precisamente a produção com a demanda específica de diferentes tipos de produtos com o mínimo de atraso.
JIT é uma filosofia de trabalho, o qual inclui Kanban, MRP, MRPII, gestão de qualidade, arranjo físico (célula), projeto de produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos.
PRINCIPAIS OBJETIVOS
O objetivo principal do JIT é eliminar desperdícios:
CARACTERÍSTICAS:
VANTAGENS
-Custos: a busca pela melhoria contínua, visa redução;
- Qualidade: Inspeção de qualidade feita no próprio posto de trabalho, reduz refugo;
- Flexibilidade: Estoques baixo e mix de produtos;
- Velocidade: Ciclo de produção curto e veloz;
- Confiabilidade: Promover manutenção preventiva para evitar quebras e atrasos.
LIMITAÇÕES
SET UP RÁPIDO
É um estudo de redução de tempo de preparação de máquinas e é o maior aliado do JIT.
Primeiramente deve-se ter a participação de todos.
Em seguida deve-se fazer uma análise da preparação. O técnico especializado deve anotar tempos e descrever os procedimentos. Após feitas as anotações o técnico separa-os conforme segue:
DIVIDIR AS AÇÕES EXECUTAS EM 3 CATEGORIAS:
1- Necessários: são os procedimentos indispensáveis nas ações de preparação;
2- Desnecessários: são os procedimentos que podem ser eliminados imediatamente;
3- Paralelos: são aqueles passíveis de serem feitos enquanto outras ações são executadas.
IMPLEMENTAÇÃO DAS MUDANÇAS
CICLO PDCA OU DEMING
É um método gerencial para conseguirmos melhorias contínuas de processos.
Visa quatro fases básicas:
PLAN - Planejar
DO - Executar
CHECK - Verificar
ACTION - Atuar
Exemplo de PDCA
CELULAS DE PRODUÇÃO
As células de manufatura foram criadas para conseguir a eficiência de uma linha de produção, porém com possibilidade de fabricar peças diferentes dentro de uma mesma família.
CARACTERÍSTICAS
-Produção em famílias;
-Máquinas organizadas de acordo com as necessidades;
-Agrupamento;
-Distanciamento mínimo entre as máquinas;
-Intervisualização dos postos de trabalho;
-Flexibilidade de mão-de-obra.
BENEFÍCIOS
-Redução de materiais em processo;
-Movimentação enxuta de materiais;
-Redução de Lead time de produção;
-Flexibilidade ao mix de demanda;
-Realça a padronização de processos;
-Atende aos princípios Just-In-Time;
-Maior identificação do operário com o produto;
-Facilita a comunicação e estimula o trabalho em grupo;
-Aumento da moral e da satisfação no trabalho;
-Treinamento Multifuncional;
-Revisão da classificação de cargos/funções.
Layout convencional e celular
Célula: formato em U ou serpentina
Célula: formato em U
Base para o planejamento físico celular
P – produto (material);
Q – quantidade (volume);
R – roteiro (seqüência do roteiro de fabricação;
S – serviços de suporte;
T - tempo
Oito passos para gerar alternativas de escolha do melhor Layout
1. Levantamento do fluxo de processos e das quantidades transportadas entre setores produtivos, serviços de suporte, entre outros.
2. Elaboração do diagrama DE-PARA, baseado no fluxo de materiais obtido no item 1, em que mostra as quantidades movimentadas entre os setores.
3. Diagrama da intensidade de fluxo. A análise de fluxo é feita para coordenar as inter-relações entre as operações ou atividades.
A – absolutamente necessário;
E – especialmente importante;
I – importante;
O – pouco importante.
4. Interligações preferenciais: é a matriz triangular em que se representa o grau de proximidade e o tipo de inter-relação entre uma certa atividade.
5. Diagrama de inter-relações: resulta na combinação dos itens 3 e 4 em que visualizam-se as intensidades de fluxo.
6. Cálculo de necessidades de espaço: o tamanho das máquinas existentes a serem organizadas é que vai determinar a necessidade do espaço.
7. Diagrama de inter-relações entre espaços: a superposição das áreas necessárias para cada atividade sobre o diagrama de inter-relações.
Ajustar os espaços levando em conta somente o diagrama combinado de inter-relações de fluxo e outras atividades.
8. Elaboração: seleção das alternativas ->existem diversas maneiras de arranjarem-se as áreas calculadas em função de sua conveniência de proximidade entre os setores envolvidos. É bom elaborar diversas alternativas para que se possa escolher a melhor entre elas.
KANBAN
ORIGEM DO KANBAN
* Os sistemas usados para produção com vários estágios podem ser classificados de uma maneira geral em dois tipos: sistemas de empurrar e sistemas de puxar. A maioria dos sistemas tradicionais de produção emprega o sistema de empurrar, enquanto que o sistema JIT utiliza o sistema de puxar, constituindo-se o kanban o mais representativo deles.
* A empresa creditada pelo pioneirismo do conceito de Kanban é a Toyota Company do Japão, logo, Kanban é um termo japonês que quer dizer cartão. Ele foi desenvolvido pelo ex-presidente Ohno e suas idéias foram inspiradas nos supermercados americanos em que as prateleiras eram reabastecidas assim que esvaziadas.
CARACTERÍSTICAS
Pela sua característica de puxar a produção, o kanban tem algumas funções especiais:
• aciona o processo de fabricação, apenas quando necessário;
• não permite a produção para estoque com previsões futuras;
• paralisa a linha quando surgem problemas;
• permite o controle visual do andamento do processo;
• pode ser acionado pelo próprio operador;
•é uma ferramenta para controlar o inventário (estoque);
• produção de peças com base em lotes pequenos;
• entrega de peças de acordo com o consumo;
• identificação das peças.
* Para entender como o Kanban opera é preciso conhecer seus componentes básicos:
• cartões de autorização (produção e movimentação)
• contenedores padronizados;
• centros de trabalhos ou células;
• painéis porta-kanbans de produção;
• área de entrada e de saída;
PAINEL PORTA-KANBAN
Os cartões são colocados em ganchos, de baixo para cima. A prioridade com que as peças são produzidas está relacionada com aproximidade dos cartões à zona vermelha. Quando um cartão está no vermelho significa que as peças estão com o estoque zero nas prateleiras e é preciso produzi-las. A faixa verde está relacionada com o tempo de espera da peça produzida até que seja usada novamente. Já a faixa amarela é baseada no tempo de fabricação da peça.
Cálculo do número de cartões Kanban
Pode ser encarada sob dois aspectos: o tamanho do lote do item para cada contenedor e cartão, e o número total de contenedores e cartões por item, definindo o nível total de estoques do item no sistema.
Na prática, apesar de a busca pelo lote unitário ser contínua, normalmente definimos o tamanho do lote em função de dois fatores:
O número de setup que nos dispomos a fazer por dia:
Quanto maior for o tempo de setup, maior o tamanho do lote para diluir seus custos e menor a sua freqüência de produção diária.
O tamanho do contenedor onde serão colocados os itens:
Deve-se procurar reduzir os tipos de contenedores.
Cálculo do número de cartões Kanban
Estabelecido para cada item o tamanho do lote por contenedor, pode-se projetar o número total de lotes no sistema.
A determinação do número de cartões kanban é função do tempo gasto para a produção e movimentação dos lotes no sistema produtivo, bem como, da segurança projetada.
Cálculo do número de cartões Kanban
Sistema com dois cartões:
D = 500 itens/dia; Q = 20 itens/cartão; S = 0,1 do dia;
Tprod = 0,2 do dia (em função dos custos de setup da máquina, pretendemos fazer em média 5 preparações por dia para este item) obs 30min de um dia de 150 min;
Tmov = 0,25 do dia (o funcionário responsável pela movimentação dos lotes entre o produtor e o consumidor está encarregado de fazer 8 viagens por dia);
N = 5,5 + 6,87
N = 6 cartões kanban de produção + 7 cartões kanban de movimentação
Cálculo do número de cartões Kanban
Sistema com um cartão:
D = 1500 itens/dia; Q = 10 itens/cartão; S = 0,05 do dia;
Tprod = 0,062 do dia (o produtor emprega entre preparação da máquina e produção de um lote de 10 itens, 30 minutos de um dia de 480 minutos);
Vantagens do sistema Kanban
Executa as atividades de programação, acompanhamento e controle da produção, de forma simples e direta:
As funções de administração dos estoques estão contidas dentro do próprio sistema de funcionamento do kanban.
O seqüenciamento do programa de produção segue as regras de prioridades estabelecidas nos painéis porta-kanban.
A emissão das ordens pelo PCP se dá em um único momento.
A liberação das ordens aos postos de trabalho se dá a nível de chão-de-fábrica.
O sistema kanban permite, de forma simples, o acompanhamento e controle visual e automático do programa de produção.
Estimula a iniciativa e o sentido de propriedade nos mesmos;
Facilita os trabalhos dos grupos de melhorias na identificação e eliminação de problemas;
Permite a identificação imediata de problemas através da redução planejada do número de cartões kanban em circulação no sistema;
Reduz a necessidade de equipamentos de movimentação e acusa imediatamente problemas de qualidade nos itens;
Implementa efetivamente os conceitos de organização, simplicidade, padronização e limpeza nos estoques do sistema produtivo;
Dispensa a necessidade de inventários periódicos nos estoques;
Estimula o emprego do conceito de operador polivalente;
Facilita o cumprimento dos padrões de trabalho.
Pré-requisitos para o sistema Kanban
Os pré-requisitos de funcionamento do sistema kanban são as próprias ferramentas que compõem a filosofia JIT/TQC, e que determinam quão eficiente o sistema produtivo é, quais sejam:
Estabilidade de projeto de produtos;
Estabilidade no programa mestre de produção;
Índices de qualidade altos;
Fluxos produtivos bem definidos;
Lotes pequenos;
Operários treinados e motivados com os objetivos do melhoramento contínuo;
Equipamentos em perfeito estado de conservação.